UM NOVO TIPO DE APL

O processo Carbono Gourmet envolve ainda a identificação das rotas de destinação das sobras da alimentação humana anteriormente adotadas pelas fontes geradoras, juntamente com a quantificação e qualificação bromatológica da matéria orgânica gerada, o que permite o estabelecimento das linhas de base de emissões de metano e CO2 necessárias ao cálculo da adicionalidade, a fim de qualificar o Carbono Gourmet como um projeto de MDL e gerar créditos de carbono.

Nesta mesma linha, o processo Carbono Gourmet revela forte apelo ecológico aliado à redução dos custos dos parceiros envolvidos (geradores de matéria-prima e produtores rurais), entre os quais os custos de marketing (quando aplicáveis), através de seu reconhecimento como empresas preocupadas com a sustentabilidade ambiental e a qualidade dos produtos oferecidos aos clientes (no caso dos geradores) e como produtores comprometidos com a preservação ambiental e as boas práticas de produção animal (no caso dos produtores rurais).

O processo está ancorado nos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDLs), com amplo potencial de constituição de um APL (Arranjo Produtivo Local), que nesse caso poderia se denominar Arranjo Produtivo Urbano-Rural Integrado (APURADO). Apresenta quatro pilares de integração: socioeconômica, de processos, ambiental e energética.

SUSTENTABILIDADE


Uma UP será capaz de absorver a matéria orgânica processada de 15 (quinze) estabelecimentos com produção média de 150 kg/dia cada um, em um total de 2.250 kg/dia. Este material depois de processado fará parte de aproximadamente 50% do volume dos ingredientes para a formulação dos diferentes tipos de ração (peletizada, extrusada e farelada); os demais 50% compõem o balanceamento seco.

Os maquinários serão dimensionados para processar 750 kg de ração por hora, com capacidade de produção de 4.500 kg/dia, que serão distribuídos para 30 produtores rurais (150 kg/dia, em média, para cada um). Cada produtor terá capacidade de produzir aproximadamente 1.800 kg/mês de peso vivo (no pior cenário de conversão alimentar), alcançando índices de conversão alimentar médios de 2,5:1 (2,5 kg de ração por kg de peso vivo). Com essa produção, a renda média bruta alcançada pelo produtor dependerá da espécie cultivada e da sua capacidade de produção,em função das características e aptidão de sua propriedade.