De acordo com a ABRELPE (2020), "entre 2010 e 2019, a geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil registrou considerável incremento, passando de 67 milhões para 79 milhões de toneladas por ano. Por sua vez, a geração per capita aumentou de 348 kg/ ano para 379 kg/ano. O que fazer com o resíduo das atividades humanas? O incremento da população vem sendo acompanhado por alterações climáticas que colocam em xeque o modelo de desenvolvimento baseado no consumo crescente de bens e serviços. Nesse cenário, ganha impulso em todo o planeta a busca de alternativas sustentáveis para a destinação do que hoje é considerado como "lixo".

UM PROBLEMA GLOBAL


No entanto, as questões econômicas ainda são os principais determinantes para a escolha entre as diversas opções de se tratar aquilo que descartamos. A própria terminologia empregada para denominar os descartes de qualquer atividade humana já é indicativa destas opções. Podemos chamá-los de “lixo” – com sentido de inaproveitável, e seu destino são os lixões ou os aterros sanitários; “resíduo” – e aqui já temos uma indicação de reaproveitamento, mesmo que parcial. Os “resíduos” são em geral destinados à compostagem e à reciclagem, e mais recentemente aos biodigestores. Clique aqui para saber o por quê. Quando se fala em "subproduto" ou "sobra", porém, estamos entrando em terreno mais fértil - como veremos a seguir. Porque a solução está na origem.



O LIXO NOSSO DE CADA DIA


Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), são geradas no Brasil cerca de 220.000 toneladas/dia de resíduos sólidos urbanos, o que corresponde a 1,1 kg/habitante/dia, em média. Considerando que cerca de 55% deste quantitativo é formado por resíduos orgânicos, temos que cada habitante do país (em média) gera por dia 0,6 kg de resíduos orgânicos, ou seja, 128.000 t/dia de resíduos orgânicos. Passe o mouse sobre o mapa abaixo para ver a média de resíduos sólidos gerados nas Unidades da Federação.

Quanto maior o porte de uma cidade, maior a geração e o dispêndio municipal com a coleta de resíduos sólidos. Por mês, a coleta de resíduos sólidos urbanos por cada família de 4 pessoas custa aos municípios brasileiros com menos de 50.000 habitantes cerca de R$ 8,40, enquanto os municípios acima de 500.000 habitantes gastam cerca de R$ 15,00. No Brasil, o custo médio por habitante é de R$ 0,13/dia, ou seja, R$ 47,00/ano.



Parece pouco, mas para um país de mais de 200 milhões de habitantes - e estamos falando somente da população urbana - representa uma despesa de mais de 7 bilhões de reais por ano. Sem contar com os gastos privados com a coleta e disposição do lixo, e os custos ainda maiores decorrentes daquele lixo que não é coletado.